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[OPINIÃO] Correr ajuda a tapear a vida sem maltratar a saúde

Em dezembro de 2022 participei da minha primeira corrida de rua, a Tricolor Run, organizada pelo São Paulo Futebol Clube. Fiz 5 quilômetros. A corrida aconteceu num domingo de sol, às 8h, de dentro do estádio do Morumbi, o que deixou tudo ainda mais legal para um são paulino que até então tinha visto o gramado do Morumbi do alto da arquibancada ou pela tela da TV. Por si só, estar a poucos metros da bandeira de escanteio e ver aquela grama perfeitamente verde de perto, já teria sido um bom custo-benefício. Mas correr valeu ainda mais a pena, porque me ajudou a encontrar outra forma de tapear a vida sem maltratar a saúde – ou, ao menos, reduzindo os danos.

Tapear a vida porque as atividades de lazer têm exatamente essa importância: fazer-nos gastar tempo enquanto o real sentido das coisas todas insiste em se manter oculto. Sempre me identifiquei com outras formas de gastar tempo, sendo minha predileta a de beber álcool, o que tem tornado os dias seguintes, pelo menos na última meia década, uma verdadeira luta. Se fígado falasse, ele me diria: vai devagar, camarada, você passou dos 30 em 2018. Ou seja, tenho cada vez menos gastado tempo bebendo, para evitar as ressacas que há anos tem me causado efeitos de um atropelamento. E foi essa lacuna que a corrida de rua chegou para preencher.

Foram 5 quilômetros, contando com trechos de subida. Na semana seguinte, recebi o convite de outro amigo para correr mais 5 quilômetros, desta vez no Parque Ecológico do Tietê, no Circuito Transformar, evento organizado pela empresa Comgas. Em solo de terra batida, em meio às árvores, o percurso foi mais suave do que aquele que havia encarado no Morumbi uma semana antes; nenhuma subida ou descidas, foi planície pura. Tirei foto, postei, assim como fiz da primeira vez. A galera costuma curtir e interagir bastante com posts relacionados a prática de atividades físicas e esportes no geral – não sei o porquê.

Dois eventos no mesmo mês, para quem nunca havia participado, teria sido bom pra caramba. Já havia decidido continuar correndo em 2023. Mas dezembro ainda me reservou a participação em mais um evento, o Christmas Run, organizada por grupo de amigos penhenses. A prova aconteceu próximo ao bairro de Ponte Grande, em Guarulhos – perto o suficiente para voltar a pé para casa, no Cangaíba. A corrida de 7 quilômetros foi tão da hora que, além da hidratação e do kit com camiseta e medalha, foi oferecido aos participantes, ao final da corrida, água de côco, salada de frutas e açaí – o meu, a propósito, só consegui terminar na metade do caminho para casa, de tão grande.

Que venham as corridas de rua de 2023, para que haja ainda mais oportunidades de tapear a vida sem maltratar a saúde!

Por Arilton Batista